O aumento da incidência de casos de falta de Vitamina D tem preocupado médicos e pacientes. No entanto, é totalmente justificável que haja um grande número de pessoas com exames alterados nesse sentido. O estilo de vida cada vez mais acelerado leva as pessoas a fazerem menos atividades ao ar livre e a ficarem cada vez mais tempo em ambientes fechados. 

É através da exposição ao sol que cerca de 90% da produção de Vitamina D ocorre, metabolizada pelo próprio corpo. Por isso, muitos médicos e cientistas a consideram um hormônio e não uma vitamina em si. Ao contrário das outras vitaminas, mudanças na alimentação pouco têm influência sobre os níveis da Vitamina D no organismo. 

Se pararmos para pensar, se não há grande influência da alimentação e o corpo é capaz de produzir sozinho, poucas pessoas deveriam ter deficiência de Vitamina D. Afinal, na teoria é fácil: é preciso, apenas, se expor ao sol. Porém, para uma produção eficaz, são necessários pelo menos 20 minutos de exposição solar por dia, sem protetor e com 60% do corpo exposto. Isso quer dizer que todos deveriam tirar um tempo diariamente para ficar “lagarteando” sob o sol ou realizando qualquer outra atividade ao ar livre. 

Agora: quantas pessoas você conhece que fazem isso diariamente? Eu arrisco dizer que quase nenhuma. E esse mau hábito (ou a falta de um bom hábito) pode afetar, e muito, a saúde em vários sentidos.

Quais as consequências da deficiência de Vitamina D?

Agora que você já sabe que a Vitamina D depende quase que exclusivamente da exposição solar, fica mais fácil de compreender por que tantas pessoas, especialmente nas grandes cidades, estão apresentando níveis muito baixos dessa substância. A seguir, veja como a falta dessa vitamina pode afetar o nosso organismo:

Metabolismo do Cálcio

A ação mais conhecida da Vitamina D é a de um importante coadjuvante na ação do cálcio sobre o organismo. Sem ela, o mineral fica “vagando” sem rumo e não recebe a sinalização correta para compor os ossos. Dessa forma, o excesso de cálcio no sangue e falta nos ossos pode favorecer a ocorrência de fraturas. Além disso, pode prejudicar a circulação sanguínea e ser a origem de problemas cardiovasculares graves. 

Sistema Imunológico 

Outro importante papel da Vitamina D diz respeito ao sistema imunológico. As células de defesa, os linfócitos, possuem receptores para a substância e não funcionam bem quando ela está em falta.

Dor Crônica em Idosos

Apesar de ainda haver poucos estudos que analisam essa associação, alguns concluem que a suplementação mostra-se eficaz em alguns casos. Sendo assim, a avaliação do déficit de Vitamina D costuma estar presente nas consultas médicas geriátricas.

Crescimento em Adolescentes

Por ter forte relação com a deposição de cálcio nos ossos, os níveis de Vitamina D merecem atenção na infância e na fase de crescimento, quando há o estirão pubertário. A deficiência de Vitamina D nessa fase pode ocasionar um déficit de crescimento irreversível. 

Grávidas

As grávidas também são um grupo que merece atenção quanto aos níveis dessa vitamina. Isso porque a deficiência de Vitamina D pode aumentar os riscos de hipertensão materna ou mesmo de baixo peso da criança. Sendo assim, todas as gestantes devem fazer os exames para verificar os níveis de Vitamina D. Se necessário, devem incluir na suplementação diária, além dos banhos de sol. 

Quando é preciso suplementar?

De fato, só um médico poderá avaliar a necessidade de suplementação em cada paciente. A depender da conduta do profissional, pequenas alterações podem ser encaradas apenas como oscilação normal devido à época do ano, por exemplo (no inverno as pessoas tendem a se expor menos ao sol). 

Há também discussões na comunidade científica sobre os pontos de corte estabelecidos para avaliar níveis normais de Vitamina D. No entanto, o critério mais aceito atualmente é o de que níveis abaixo de 20 ng / mL devem ser verificados por um profissional de saúde e, se necessário, suplementadas.

Além disso, por mais que as fontes alimentares representam apenas 10% do aporte, é interessante que, em casos de deficiência, elas sejam vistas com mais atenção. Dessa forma, manter uma ingestão adequada de peixes e frutos do mar, como salmão, sardinha e mariscos pode ser fundamental para o sucesso do tratamento. Outros alimentos, como ovo, leite, fígado, queijos e cogumelos também podem oferecer boas quantidades da Vitamina D. Porém, não excluem a necessidade de exposição ao sol e de suplementação em casos mais graves. 

Se você tem dúvidas sobre os níveis de Vitamina D adequados ao seu caso, agende uma consulta. A avaliação com o médico endocrinologista é individualizada e a suplementação vitamínica, se indicada, deve ser realizada de acordo com cada caso.