A dieta Low Carb consiste em reduzir a quantidade de carboidratos da dieta com um objetivo específico. Apesar de bastante conhecida por sua eficácia no emagrecimento, também é utilizada em pessoas que sofrem com diabetes e pré-diabetes, esteatose hepática (gordura no fígado), síndrome metabólica, hipertrigliceridemia, síndrome dos ovários policísticos e até no tratamento de doenças neurológicas, como a epilepsia refratária (nesse caso com uma quantidade ainda mais baixa de carboidratos até que se atinja um estado chamado cetogênese).
Ao contrário do que muitos pensam, para seguir uma dieta Low Carb não basta eliminar os carboidratos da vida e passar a alimentar-se somente de carnes, ovos e gorduras. Algumas pessoas, com pouca informação e sem a orientação de profissionais, trocam refeições saudáveis por comidas gordurosas na ilusão de que estão seguindo a “dieta do momento”. Na verdade, o que estão fazendo é colocando em risco a própria saúde.
Perceba que a palavra “low” significa baixo, ou seja, mesmo a pessoa que segue esse tipo de conduta deverá consumir quantidades calculadas do grupo de alimentos que chamamos carboidratos. Nele, estão incluídos: pães, massas, farinhas, biscoitos, doces, frutas, legumes, verduras e cereais. Fazer a escolha certa e controlar as quantidades é o verdadeiro segredo de uma dieta Low Carb bem sucedida. A escolha inteligente de carboidratos é extremamente benéfica e fundamental para o bom funcionamento do corpo.
Por que a Low Carb é mais eficiente que outras?
A matemática do emagrecimento parece simples: deve-se comer menos do que se gasta. No entanto, os processos metabólicos que regem nosso corpo não são tão simples assim. É evidente que para que entremos em um estado de “queima” é preciso que haja algum déficit. No entanto, é preciso estar atento a dois pontos principais:
Fome:
Nada pior do que fazer uma dieta e já sair da mesa com fome, certo? A vantagem da dieta Low Carb sobre aquelas que restringem a quantidade de gorduras (Low Fat) é que o mesmo número de calorias acaba causando mais saciedade e por um período maior de tempo. Dessa forma, quem segue a dieta Low Carb tende a sentir menos fome e consequentemente, acaba comendo menos naturalmente.
Perda de massa magra:
Muitas vezes, uma redução de peso na balança não significa um emagrecimento saudável, pelo contrário, pode ser uma perda de massa magra (músculos). Isso costuma acontecer quando há uma troca de alimentos saudáveis por outros que até podem ser menos calóricos, mas não são nada nutritivos. Isso pode ocorrer em dietas que usam “esquemas de pontuação” e não se preocupam com a qualidade do que está sendo ingerido, mas apenas com o número de calorias.
Equilíbrio Hormonal:
Muitos casos de sobrepeso cursam com um quadro de resistência à insulina. Esse quadro leva à um excesso de produção de insulina, caracterizando a HIPERINSULINEMIA. A insulina é um hormônio que contribui para a formação do tecido adiposo (de gordura), dificultando portanto a queima de gordura. Através da estratégia Low Carb, conseguimos reduzir o nível de insulina, facilitando portanto a queima de gordura e consequentemente, a perda de peso.
O que seria então uma dieta Low Carb adequada?
Uma dieta bem feita, seja de qual tipo for, baseia-se em comida de verdade. Isso quer dizer que sua ida ao supermercado terá como foco principal os corredores de verduras, legumes e carnes. Deixe de lado biscoitos, refrigerantes e industrializados de todo tipo – mesmo os na versão light. Eles só atrapalham o processo de emagrecimento e não são facilmente reconhecidos pelo corpo como comida.
Baseie sua alimentação em carnes, peixes e ovos. Quanto aos vegetais, prefira os que crescem acima da terra (exceto beterraba e cenoura).
Algumas frutas são bem-vindas. Dando preferência as que possuem menor teor de açúcar, como as frutas vermelhas e o abacate.
A quantidade de carboidratos à ser ingerida deve ser calculada individualmente de acordo com suas necessidades e objetivos. Algumas pessoas precisarão de uma restrição maior de carboidratos, outras pessoas podem ingerir um pouco mais de carboidratos. De um modo geral a quantidade de carboidrato pode variar de 30 até 130g ao dia. Lembrando que essa quantidade pode variar ao longo do tratamento de acordo com a resposta individual de cada um.
Essa dieta é para todo mundo?
Não.
Como falamos até aqui, a estratégia de emagrecimento Low Carb pode ser bastante eficiente, mas não é o único jeito saudável de perder peso. Sabemos que a alimentação envolve muito fatores, culturais, ambientais, sociais e emocionais. Cada pessoa deve ser avaliada individualmente para se decidir qual estratégia de emagrecimento é indicada.
A LowCarb é especialmente recomendada para pacientes que tenham doenças associadas, principalmente as comorbidades relacionadas à resistência insulínica, como é o caso do diabetes e da síndrome metabólica.
Há pessoas, por exemplo, que não digerem bem carnes e precisam ser encaminhadas para outros tipos de conduta. Pessoas que precisam perder grandes quantidades de peso, a longo prazo, também costumam entrar em um processo que chamamos “platô” e precisam variar o tipo de dieta para obter resultados significativos mais rapidamente.
Em resumo, o ideal é que você procure um profissional habilitado para esclarecer suas dúvidas e orientar sobre os melhores caminhos para atingir seus objetivos. Qualquer mudança na alimentação, especialmente se já houver doença associada, precisa ser vista de perto e tratada com cautela e atenção devida.