A menopausa marca o fim da fase reprodutiva de uma mulher e ocorre, geralmente, entre os 45 e 55 anos. A grosso modo, significa que o “estoque” de óvulos acabou. Isso porque, ao contrário dos homens que produzem espermatozoides mês a mês, a mulher já nasce com um número limitado de células reprodutivas e, a cada ciclo menstrual, libera pelo menos um deles para a possibilidade de gerar uma nova vida. 

Terminado esse ciclo, começa a fase denominada climatério que, apesar de apresentar alguns desafios, pode ser perfeitamente conduzida para a qualidade de vida normal. Como já dito, a partir do momento que o corpo não libera mais óvulos para uma possível gestação, ocorrem mudanças significativas no corpo da mulher. Essas alterações são principalmente de ordem hormonal, induzidas pela falta principalmente de estrogênio. 

Será que estou na menopausa?

A queda significativa nos níveis de estrogênio é uma velha conhecida da mulher ao longo de toda vida. Ela ocorre todos os meses quando não há ovulação e o corpo precisa liberar, por meio da menstruação, a camada preparada para receber o bebê (endométrio). Como estrogênio e serotonina (hormônio do bom humor) estão diretamente ligados, é comum sentir alterações no humor semelhantes à TPM, mas de forma constante e ininterrupta. 

Além das alterações de humor, as mulheres também costumam sentir:

Fogachos (ondas de calor)

Comum em ¾ das mulheres na menopausa, ocorrem porque o estrogênio participa do controle de temperatura do organismo. Quanto mais baixos os níveis, mais afetado fica o centro termorregulador do cérebro. É como se o corpo não entendesse corretamente a sensação de calor. Há uma sensação súbita localizada na face e na parte superior do tórax, ou até mesmo generalizada. Porém, a temperatura corporal permanece em torno de 36,5ºC.

É importante ressaltar que essa dificuldade de compreensão do hipotálamo costuma ser transitória e dura, em média, dois a três anos. Mas existem mulheres que continuam a se queixar de fogachos por muitos anos. 

Insônia e Palpitações

Sofrer com insônia e sentir palpitações também é comum na menopausa. Estas condições podem ser causadas tanto pela sensação de calor excessivo, quanto pelo stress gerado pelas mudanças hormonais. Se mesmo antes da menopausa a mulher já possuía dificuldades com ansiedade e depressão, elas podem ser potencializadas, Nesses casos, pode ser necessária orientação médica para a modulação da medicação e mudança de hábitos.

Diminuição da libido e desconforto nas relações sexuais 

A queda nos níveis hormonais faz com que, naturalmente, a mulher sinta menos libido. Associado a isso, há uma redução na secreção de fluidos vaginais, o que torna as relações menos prazerosas, por haver mais “secura” na região genital. Para manter a vida sexual ativa, é interessante modular os níveis hormonais e pensar em alternativas para compensar essas dificuldades e não gerar ainda mais desconforto. 

Mal-estar geral

É usual que um processo de adaptação do corpo gere cansaço e mal estar, especialmente quando está relacionado a alterações hormonais. É preciso ter em mente que essa é uma fase importante e necessária na vida da mulher, já que significa um novo ciclo. No entanto, a ajuda profissional pode auxiliar a superar as dificuldades de forma mais tranquila. Veja:

Quando é preciso procurar um médico?

Apesar de ser uma fase perfeitamente normal, é interessante procurar o profissional de saúde ao sentir os primeiros sintomas. Na consulta, será possível esclarecer dúvidas, obter orientações e, além disso, fazer exames para compreender como os níveis hormonais estão se comportando e se será preciso fazer algum tipo de reposição hormonal ou complementação. 

Outro fato interessante é que, como o corpo está passando por alterações hormonais, torna-se mais propenso a desenvolver doenças crônicas, como diabetes, osteoporose e hipercolesterolemia (colesterol alto). Se a paciente já possui alguma dessas condições de saúde, é fundamental o acompanhamento médico para evitar o agravo.

Além disso, hábitos de vida saudáveis podem ajudar muito na redução dos sintomas. Alimentar-se adequadamente ajuda o corpo a adaptar-se mais facilmente às mudanças hormonais e permanecer ativo e disposto para as atividades do cotidiano. 

A atividade física também tem se mostrado uma aliada fundamental para o sucesso da adaptação ao climatério. São recomendadas tanto atividades aeróbicas como corrida e natação, quanto anaeróbicas, como é o caso da musculação. 

A mulher depois da menopausa deve levar uma vida absolutamente normal, mas cada uma é única. Hoje, já existem recursos e medicamentos específicos para cada sintoma. Por isso é tão importante realizar uma avaliação individualizada e seguir as orientações para uma boa qualidade de vida.