Para falarmos sobre os tipos, as causas e o tratamento do diabetes, é importante conhecermos um pouco sobre a insulina. Este hormônio é produzido pelo pâncreas, responsável por metabolizar a glicose, fazendo com que a glicose seja captada pelas células, principalmente nos tecidos muscular e adiposo.

Assim, quando a quantidade de insulina é insuficiente ou quando a insulina não consegue agir, haverá o aumento da glicose circulante no sangue e a falta dela dentro da células, gerando um descompasso no organismo. 

Dados recentes revelados pela pesquisa Vigitel, a maior referência quando o assunto são doenças crônicas não transmissíveis, mostram um aumento de 40% no número de adultos diabéticos no País, de 2006 a 2018, sendo as mulheres as mais atingidas. A pesquisa mostra também forte associação entre o diabetes e a obesidade, tema que também já foi abordado aqui no blog.

Tipos de Diabetes e Causas

De um maneira geral, existem dois tipos de diabetes: 1 e 2. Na prática, ambos caracterizam-se pelo mau funcionamento da produção ou da ação da insulina, causando o acúmulo de glicose na circulação sanguínea.

O tratamento do diabetes é necessário, seja tipo 1 ou 2. Porém, as causas são um pouco distintas em cada tipo – e vão também demandar ações um pouco diferentes no tratamento

Conheça os tipos de diabetes:

Diabetes Tipo 1: 

O diabetes tipo 1 costuma manifestar-se na infância ou adolescência e corresponde à 5-10% dos casos de diabetes.  O sistema imunológico ataca as células pancreáticas produtoras de insulina e consequentemente pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Determina a dependência do paciente à aplicação de insulina pelo resto da vida.

Diabetes Tipo 2: 

O diabetes tipo 2 é uma doença adquirida ao longo da vida. É mais comum em adultos e idosos, mas também pode acometer crianças e adolescentes obesos e com maus hábitos alimentares. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2. Nesse caso, há uma resistência à insulina, quando o organismo não consegue utilizar a insulina que produz ou também, não produz insulina numa quantidade suficiente para controlar a glicemia. 

Pré-diabetes

Há, ainda, uma condição conhecida como pré-diabetes, na qual a pessoa ainda não apresenta, nos exames bioquímicos, índices que caracterizam uma doença já instalada. No entanto, possui níveis limítrofes de glicose no sangue e fatores de risco como obesidade e histórico familiar associados. Para estes indivíduos, recomenda-se também a mudança de hábitos descrita a seguir, já que as chances de desenvolver o diabetes tipo 2 são bastante elevadas. 

Tratamento do Diabetes

Diabetes tem tratamento e com excelentes resultados. Em qualquer tipo, a alimentação deve ser controlada. Já a insulina pode ou não ser necessária. Para o tratamento do diabetes nos pacientes do tipo 1, sempre recomenda-se a aplicação do hormônio associado à boa alimentação. Já no tratamento dos pacientes com diabetes tipo 2, a primeira abordagem deve ser a tentativa de adotar hábitos saudáveis. A conduta pode ser suficiente e gerar qualidade de vida normal para a pessoa.

Sobre a alimentação, o senso comum orienta que pacientes diabéticos devem evitar doces de forma geral, e isso é verdade. No entanto, o que nem todos sabem é que o grupo de alimentos que precisa ser controlado é o de carboidratos em geral, não somente os doces. Nele, entram também os pães, massas, farinhas, batatas e algumas frutas. 

A restrição, no entanto, não se trata de exclusão, mas sim de controle e escolhas inteligentes. O objetivo é evitar que grandes quantidades de glicose sejam ofertadas ao mesmo tempo para o organismo, dificultando o trabalho da insulina. 

Assim, no tratamento do diabetes, refeições pensadas para ter baixo índice glicêmico de forma geral devem ser planejadas. Alimentos ricos em fibras, proteínas e gorduras boas, devem ser abundantes na dieta dos diabéticos de ambos os tipos. 

É possível evitar o diabetes tipo 2 mesmo com histórico familiar?

Diferente do diabético do tipo 1, que pouco pode evitar o desenvolvimento da doença, quem tem diabetes do tipo 2 tem componente genético, mas não é determinante. Na prática, isso quer dizer que uma pessoa que tenha histórico familiar de diabetes do tipo 2 tem mais chances de desenvolver a doença do que alguém sem histórico na família, mas não é uma situação que ocorre em todos os casos.

Aqueles que aderem a bons hábitos desde a infância, praticam atividades físicas e fazem um bom controle da saúde de forma geral diminuem drasticamente as chances de ter a doença. Além disso, se já a têm, podem reverter essa condição com a adoção de hábitos saudáveis de vida.

Dessa forma, recomenda-se aos que têm histórico familiar ou aos que já possuem uma pré-condição de diabetes, que consultem um médico, adquiram bons hábitos e passem a cuidar da saúde de forma integral. 

O diabetes é uma doença que pode causar grande impacto na qualidade de vida. Por isso, o tratamento do diabetes é fundamental.