O jejum intermitente consiste, basicamente, em passar um período sem se alimentar. A estratégia varia, mas costuma-se adotar a prática em dias alternados da semana. Além disso, o número de horas sem comer também pode variar de acordo com a orientação para cada pessoa. Postula-se que a partir de 16 horas sem calorias o corpo já entre em estado de jejum. Em linhas gerais, o objetivo básico é a perda de peso. A lógica é que, ao entrar em um estado máximo de queda de insulina, o corpo seria incentivado a usar os estoques de energia. 

Jejum Intermitente e Low Carb: como eles se relacionam?

Já falamos aqui no blog sobre os benefícios da dieta low carb, que consiste em reduzir drasticamente o consumo de açúcar, farinhas e grãos. A lógica é a mesma. Sendo os carboidratos a fonte primária de obtenção de energia, a partir do momento que o corpo passa a ser privado desse grupo de alimentos, precisa usar outras vias. Dessa forma, as reservas do corpo são acionadas. Assim, leva à queima de gordura (emagrecimento) e as funções do organismo são mantidas.

Ocorre que, em qualquer processo de emagrecimento, existe uma fase de platô, ou seja, um momento em que o organismo está tão adaptado que não reage mais ao estímulo inicial apresentado. Na prática, significa que a pessoa faz tudo certo e, mesmo assim, não emagrece. Então, a estratégia é oferecer um novo estímulo, proporcionado pelo jejum intermitente. 

No entanto, quando o assunto é jejum intermitente, muitas dúvidas surgem. Será que vou sentir muita fome? Vou perder massa magra? Vou me sentir fraco e indisposto para realizar as tarefas diárias? Por isso, vamos esclarecer cada uma delas a seguir:

Será que vou sentir muita fome?

Nosso corpo trabalha em dois tipos de estado: alimentado ou jejum. Como já mencionamos, o estado de jejum só é acionado a partir de 16 horas. Assim, se você é daqueles que sente fome depois de 3 horas sem se alimentar, provavelmente ainda está digerindo os alimentos consumidos na refeição anterior. O que acontece é que nosso cérebro acostuma-se com rotinas sociais e manda sinais de que precisa alimentar-se. No entanto, isso pode ser reprogramado com alguma insistência e mudança de hábitos. Isso quer dizer que você vai sentir fome nas primeiras vezes, mas não é uma sensação física de fato. Logo seu corpo vai se acostumar, porque o organismo se adapta à pouca oferta de carboidrato e começa a utilizar outras fontes de energia.

A restrição calórica não pode levar à queda no metabolismo?

A lógica desse questionamento faz sentido. Se estamos sem comer, é natural pensarmos que o corpo vai baixar suas atividades e entrar em um “modo de reserva” para poupar energia, certo? Mas não é exatamente o que acontece e a explicação está em nossos antepassados. Se pensarmos no homem paleolítico, que precisava caçar para se alimentar, o momento de mais fome deveria ser aquele no qual ele teria que ter mais energia para procurar alimento, não é verdade? Nosso organismo ainda carrega programações primitivas como essa. Por isso, o que vemos na prática são pessoas que têm bons níveis de energia vital mesmo em períodos longos sem alimentação. 

Vou perder massa magra com o jejum intermitente?

Os melhores resultados obtidos pelo jejum intermitente referem-se aos praticantes de musculação. Isso porque em qualquer tipo de restrição calórica (dieta) há o risco de perda de massa muscular (natural). Porém, nos indivíduos que treinam regularmente, isso não ocorre. Portanto, se você mantém a rotina correta de exercícios, a resposta é não. 

Vou me sentir fraco e indisposto para realizar as tarefas diárias?

Um dos argumentos que contradizem tanto a dieta low carb quanto o jejum intermitente dizem respeito ao cérebro. Sabe-se que a fonte de energia primária desse órgão são os carboidratos e, sem eles, o cérebro ficaria sem alimento. No entanto, essa lógica não se sustenta. Em uma dieta Low Carb, a quantidade de carboidratos nunca tende a zero, mas sim reduz-se a, no mínimo, 30 gramas de carboidratos (de boa qualidade) por dia. Quanto ao jejum intermitente, 24 horas não seriam o suficiente para causar um déficit grave ao cérebro. Além disso, o cérebro passa a utilizar os corpos cetônicos gerados da queima de gordura como fonte de energia. 

Considerações Finais sobre o Jejum Intermitente

Apesar do jejum intermitente ser uma prática interessante e altamente recomendada para a perda de peso, pacientes diabéticos que fazem uso de medicações precisam de acompanhamento médico. Assim, é interessante que você consulte um profissional especializado antes de iniciar o jejum intermitente. Além disso, a realização de exames que identifiquem qual o estado geral de saúde é fundamental antes de iniciar o protocolo. O acompanhamento do médico é fundamental para que o jejum resulte em saúde plena e vitalidade acima da média. 

Se você tem dúvidas sobre a adoção de jejum intermitente em sua rotina alimentar, agende uma consulta. A avaliação personalizada do médico endocrinologista pode lhe ajudar a alcançar seus objetivos.

Passo a passo para uma dieta low carb bem sucedida